O surgimento de cada vez mais Marketplaces digitais e o crescimento em geral do e-commerce obrigou o setor a aperfeiçoar as redes transacionais.
O papel destes prestadores é cada vez mais determinante para o sucesso das plataformas e para a satisfação de consumidores e vendedores.
O tema esteve no centro de uma das mais recentes JE editors Talks.
O crescimento do e-commerce e as novas redes transacionais
É muito provável que já tenha efetuado pelo menos uma compra num Marketplace Online – mais certo é que já tenha contemplado fazê-lo. Estas plataformas online direct-to-consumer estão em sólido crescimento em todo o mundo e o nosso país não é exceção.
Cada vez mais lojas e comerciantes colocam os seus produtos disponíveis nas mesmas e a função de comparação de preços e bargaining parece atrair bastantes consumidores.
Contudo, no centro de todas estas operações, estão intrínsecas redes de transação que sustentam todo o processo. Do momento do pagamento à receção do produto por parte do consumidor, há dezenas de passos e trocas de informação que têm imperativamente de correr bem para que todos fiquem a ganhar: vendedor, consumidor e, claro, o próprio Marketplace onde a transação ocorre.
Estas plataformas transacionais gerem as redes de pagamentos, os próprios fundos e a distribuição destes pelas partes envolvidas. Parece simples, mas é um trabalho de extrema responsabilidade que deu impulso à mais recente JE editors Talks sobre o tema.
“Segurança” é a palavra-chave no e-commerce
A iniciativa pretendeu descomplicar o lançamento e operação dos Marketplaces Digitais tendo como referência a rede transacional que opera nestes, bem como para entender as exigências legais, técnicas e comerciais que necessitam de ser cumpridas para que os Marketplaces operem com fluidez e confiança. Ainda assim, a palavra-chave nesta conversa é “segurança”, garante Pedro Fortes da Cunha, Sócio e Advogado da Fortes da Cunha, Associados.
Só em julho deste ano entrou em vigor “um diploma, que veio regular as relações entre os comerciantes e os consumidores nestas lojas e que visou proteger quem é comerciante com loja online e que está nestas plataformas”, adianta referindo que até aqui “as plataformas têm um poder muito grande”. Especialmente se tivermos em conta que a regulamentação existente é muito “fragmentada”, explica Pedro Fontes da Cunha.
O panorama atual do e-commerce
O panorama do e-commerce já representa cerca de 25% da economia mundial, segundo um estudo da Comissão Europeia. Mas só em 2022 os Estados-Membros terão que ter legislação a regulamentar o usufruto de garantias de produtos adquiridos em Marketplaces, por exemplo.
A solução para dar segurança e confiança a ambos (consumidores e vendedores) passa por garantir um processo transacional sólido e segregado das plataformas (e da sua influência).
Consumidores procuram vários produtos, mas um único pagamento
“A plataforma não é responsável pelo transacional”, clarifica o advogado, “e o elemento do pagamento é muito importante: é o que mais protege o consumidor e o adquirente de bens ou serviços”, conclui explicando que “a maior proteção é a intervenção de um profissional na estrutura da transação e a segregação entre esse profissional e a plataforma”.
Para quem gere as plataformas de transação, a questão é de quem assume o risco. Nos casos em que a faturação é feita pelas lojas/comerciantes, o risco do pagamento é assumido por estas, mas “também neste caso, há situações em que a loja fatura, mas em que é o Marketplace que promove e se torna responsável pela transação”, explica Sebastião de Lencastre, Fundador e CEO da easypay.
“Em última instância, o que um consumidor quer é comprar vários produtos, mas fazer um único pagamento – e aí o Marketplace terá de distribuir este dinheiro pelas três lojas a reter a sua parte.”, explica o líder da empresa de pagamentos.
“São plataformas como a easypay que ajudam a executar este processo de forma plena e em tempo real”.
– Sebastião de Lencastre
“Temos de conseguir fazer a arte toda”, esclarece Sebastião de Lencastre: “dividir o dinheiro, depositá-lo nas contas e garantir que ele fica lá até ser comprovada a entrega do bem ou prestação do serviço. E isto só é possível se o consumidor sentir confiança para comprar – e a primeira experiência é muito importante”.
A easypay como um parceiro de confiança
O tema da confiança do consumidor é “determinante para o sucesso e é aqui que a easypay contribui para o mercado”, conclui Sebastião de Lencastre.
Este mercado não é recente, mas em Portugal é ainda tereno em franco crescimento explica Paulo Pimenta, Owner e CEO do KuantoKusta, um portal que surgiu “como um comparador de preços” e que hoje é um dos Marketplaces Digitais mais visitados do país.
Esta evolução de negócio “veio quase que por natureza”, assume Paulo Pimenta. Encontrámos uma solução que veio dar garantia de segurança e confiança ao cliente” e para isso confiaram à easypay a gestão da transação.
“É importante ajudarmos a clarificar as mais-valias dos Marketplaces“, confessa o empresário, mas é importante não esquecer que o utilizador/consumidor está no centro da operação. “O utilizador é a peça central. Ganhamos todos quando ele faz compras e, claro, temos lojas como parceiras e o nosso objetivo é que elas vendam o máximo possível”, explica.
Mas, em todo este processo de crescimento, o KuantoKusta teve dificuldades em encontrar quem quisesse arriscar e coordenar as transações. “Muitos parceiros não quiseram assumir esse risco de ficar com o dinheiro retido, por exemplo, mas com a easypay desenvolvemos uma estratégia que está a correr muito bem”, adianta Paulo Pimenta.
Reforçou ainda que é fulcral garantir que “temos a certeza de que o dinheiro está bem distribuído e que os utilizadores têm a facilidade de fazer um só pagamento e que temos capacidade de assegurar que, em casos de devolução ou problemas na entrega, se devolve rapidamente esse valor ao utilizador”.
Não há métodos infalíveis, confirmam os intervenientes desta JE editors Talk, mas há muita vontade e empenho em aperfeiçoar todos os processos em todas as partes da transação. E há, claramente, uma forte demanda por regulamentação clara, completa e eficaz, para assegurar as melhores condições de operação possíveis.
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