Há cada vez mais pessoas a investir em criptomoedas. Descubra porque é o dinheiro digital está a acelerar o desaparecimento da moeda física.
Sebastião Lencastre, CEO da easypay, foi o convidado desta semana do “Money, Money, Money”. Onde falou sobre criptomoedas, a origem do dinheiro digital e da tecnologia blockchain. Uma realidade que veio para ficar.
O que são as criptomoedas?
As criptomoedas são uma forma de dinheiro digital, ativos sem “valor intrínseco” mas seguros. A tecnologia Blockchain, por trás do surgimento da Bitcoin, surgiu como resposta à crise do subprime. Nessa altura, a sociedade tomou consciência de que os reguladores tinham dificuldade em regular o setor, os bancos não se portavam sempre bem e os consumidores não tinham, muitas vezes, consciência daquilo que estavam a comprar.
Foi a “tempestade perfeita” para o colapso do sistema financeiro e o surgimento da Bitcoin. E quem está por trás de semelhante inovação? Ninguém sabe ao certo. Alguns acreditam que tenha sido apenas o mistorioso Satoshi Nakamoto, uma pessoa que não se sabe sequer se existe, muito menos quem é e porque o fez. Mas pode ter sido mas antes um conjunto de pessoas, algo mais provável dada a complexidade envolvida.
Passados 12 anos do crash, os investidores procuram aplicações seguras em que investir. Elon Musk, Kevin O’Leary, conhecido como Mr. Wonderful, são alguns dos investidores de criptomoedas que estão a virar a página do dinheiro.
As vantagens das criptomoedas
Num ano, alguns investidores viram o seu portfolio crescer uns impressionantes 40.000%. Mas o que significa esta evolução em termos práticos? Se de janeiro de 2015 a 2021 tivesse colocado de parte o subsídio de Natal ou 500 € por ano, hoje teria €200 mil, com um investimento de 3.500 €.
Com outra moeda, a ethereum, o ganho seria €174 mil. Flutuações de valor, contrariadas com as stablecoins, valorizadas com “a paridade” em relação ao dólar, ao euro ao iene e onde se pode guardar o dinheiro ganho em Bitcoins ou as economias de uma vida.
A vantagem deste dinheiro é que não há governo que o possa tirar. E este é um risco real, basta recordar a crise da dívida soberana e o caso do Chipre, onde os depósitos bancários foram efetivamente reduzidos para €100 mil. Afinal, poderemos mesmo confiar nos bancos centrais? Ou serão as criptomoedas uma forma mais segura de preservar o património?
Os desafios que ainda subsistem para as criptomoedas
Apesar dos 36 mil milhões de dólares de bitcoins já em circulação subsistem alguns desafios à universalização da Bitcoin.
Um deles é a falta de literacia financeira em Portugal. Outro é o excesso de regulação no setor bancário que atrasa a inovação.
Basta ver o movimento DeFi (decentralized finance), que permite “vender dívida” fora dos canais bancários tradicionais, algo que uma obrigação não permite.
Conclusão: as criptomoedas vieram para ficar
A tecnologia Blockchain e criptomoedas, sejam a bitcoin, ethereum, cardano, sushi e outras, vieram para ficar. A par dos pagamentos contactless, ou as transferências imediatas.
Oportunidade para os bancos, alguns já com uma criptomoeda, a reliable, avalizada por um regulador e que valorizou 400%.
Por todos estes motivos, o futuro do dinheiro físico é o mesmo que o do cheque: desaparecer de forma acelerada.
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